BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
As transformações sócio-econômicas produzidas nos últimos anos no Brasil são reflexos da aceleração no ritmo das mudanças que vêm ocorrendo nos países do primeiro mundo, sobretudo a partir da década de 50, e que estão gerando um modelo de sociedade do conhecimento, na qual a formação dos recursos humanos é posta como fator estratégico do desenvolvimento, da produtividade e da competitividade.
Alie-se a esses fatos, as mudanças tecnológicas da informação que exigem dos profissionais qualificações permanentes, a um ritmo cada vez mais rápido, diante dos aparatos de informação que operam em tempo real.
Ao mesmo tempo, a população exerce sua pressão com a crescente a demanda por educação, reforçada por seu crescimento populacional e pela necessidade de acompanhar a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos e garantir espaço no mercado de trabalho, principalmente a parcela que não têm possibilidades econômicas e financeiras para participar dos ambientes de aprendizagem tradicionalmente instituídos.
Isso ocorre, porque os atuais sistemas educativos formais, por exigirem infra-estruturas de alto custo, são incapazes de atender às necessidades massivas, diversificadas e dinâmicas de educação e formação de adultos. As iniciativas para o aumento de atendimento instrucional e as mudanças nos aspectos pedagógicos e tecnológicos, nesse sistema, implicariam no conseqüente aumento desses custos, sobretudo nos níveis médio e superior.
Nesse contexto, os governos e a iniciativa privada têm a necessidade de se utilizar de estratégias para a qualificação continuada de seus recursos humanos, com os processos formativos caracterizados por sua continuidade, permanente atualização e renovação em seus conteúdos, que permitam atingir o maior número possível de pessoas, com eficiência e eficácia e a necessária qualidade.
A Educação a Distância (EAD) posiciona-se, então, como uma alternativa, uma
opção às exigências sociais e pedagógicas, contando com o apoio dos avanços das novas tecnologias da informação e da comunicação.É, hoje, a modalidade de ensino mais viável, tanto técnica como economicamente, para atender às demandas crescentes por formação e atualização de conhecimentos e práticas profissionais.
A EAD NO CONTEXTO MUNDIAL E NO BRASIL:
Em nível mundial, experiências educativas a distância já existiram no final do século XVIIIº, e meados do século XIX voltadas à qualificação de mão de obra face às novas demandas da nascente industrialização, da mecanização e divisão dos processos de trabalho. No século XX, a partir da década de 60 e 70, vêm caminhando, de maneira mais rápida e expansiva, para novas formas abertas de educação, devido aos graves problemas enfrentados pelo sistema formal de educação ao processo de democratização da sociedade e ao desenvolvimento das técnicas de comunicação, decorrentes da expansão sócio-econômica.
No Brasil podemos mencionar diversos experiências, nesse sentido, mas com características pouco diferenciadas do ensino tradicional. Essas diferenças caracterizaram-se principalmente pelo modo de transmissão das aulas com auxílio da tecnologia utilizada no rádio e na televisão.
A primeira foi com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, por um grupo de membros da Academia Brasileira de Ciências, doada posteriormente, em 1936, ao Ministério da Educação e Saúde, onde se localizou as raízes da Teleducação.
A partir de então outros movimentos como Movimento de Educação de Base (MEB) em 1965, ligadas à: cursos por Correspondência, Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL); Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia (IRDEB) 1969; a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundação Roberto Marinho (TV Globo) lançaram o Telecurso de 2º Grau, combinando programas televisivos com material impresso vendido nas bancas de jornais; Projeto Minerva (1970); O Curso João da Silva, com formato de telenovela (1987), O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que utilizou, em caráter experimental, a partir de 1979, os recursos da TVE para emitir 60 programas em forma de tele-aula dramatizada, com duração de 20 minutos cada um e eram apoiados por material impresso.
Vale ressaltar que em 1967, o governo do Estado do Maranhão, na tentativa de resolver os graves problemas educacionais diagnosticados, decidiu utilizar a TV Educativa e
através do Centro Educativo do Maranhão, em 1969, começou a emitir programas, em circuito fechado, para alunos das 5ª a 8º séries,.
A Universidade de Brasília, vem desde 1980, através de seu Centro de Educação a Distância (CEAD) oferecendo cursos de educação continuada, porém levando em conta a aplicação de modernas abordagens pedagógicas associadas ao uso de tecnologias devidamente criadas para o apoio ao ensino-aprendizagem.
Atualmente, o uso do Educação a Distância, no modelo da Universidade de Brasília, está bastante intensificado, o que é fácil observar pelo número de autorizações do MEC para instituições do ensino superior atuarem com o ensino a distância.
Com a publicação do decreto 5622 que regulamenta o Ensino a Distância no Brasil, a partir de 19 de dezembro de 2005, há o nivelamento dessa modalidade de ensino, com a presencial, desaparecendo, portanto, os preconceitos gerados nos ambientes de defesa de qualidade como privilégio da educação presencial.
Para fins desse Decreto, a educação a distância é caracterizada como modalidade educacional na qual a mediação didático - pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Observa-se que assim essa modalidade prescinde do devido apoio tecnológico na mediação didático-pedagógica. Mais recentemente, com a criação da Universidade Aberta o MEC está proporcionando às Universidades Federais, Estaduais e Municipais a oferecerem cursos de graduação nessa modalidade.
Copyright 2013 - FACAM-MA - Faculdade do Maranhão
Rua 38, Lotes 03 Bequimão - São Luís - MA CEP: 65062-340
Fones: (98) 3227-1238 / 3227-8916 / Pós 3227-7912